30 de jun. de 2013

LUA – NA ASTROLOGIA: NOSSA SENSIBILIDADE, O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA


            O Sol é nosso centro irradiador de luz e energia, é a luz da consciência, é nossa ação no mundo. Quando o Sol se põe dá lugar à Lua, nossa sensibilidade, nosso lado inconsciente e instintivo, nossa forma de sentir o mundo. No dia-a-dia nem sempre sabemos lidar como nosso lado dia e com nosso lado noite. Às vezes queremos viver constantemente de dia negando atender nossas necessidades emocionais;  às vezes vivemos envoltos e esquecidos em nossa emoção não deixando a luz do dia clarear nossa consciência.
            É interessante notar que o Sol é  400 vezes maior que a Lua. No entanto, observando-os daqui da Terra, devido às suas distâncias diferenciadas, temos a impressão de que os dois têm o mesmo tamanho. Isto simbolicamente, quer dizer  que ação e sentimento têm para nós a mesma importância, ou seja,  Sol e Lua, consciência e inconsciência, presente e passado tem o  mesmo peso em nossa vida cotidiana.
Á noite quando olhamos o céu o que mais nos chama a atenção é a Lua: cheia, crescente,  ou nova, pouco importa a fase que esteja, a Lua se torna nossa referência, quando o Sol se põe. E não é raro ouvir falar sobre a influência da Lua no nosso dia-a-dia: na hora de cortar o cabelo, no plantio da agricultura, no nascimento de bebês etc. No entanto, no mundo de hoje a consciência lunar é negada e desvalorizada. Desde o início da religião patriarcal lutamos contra a Grande Mãe. O heliocentrismo  trouxe a exaltação da ciência e a perda do sustentáculo oferecido pela religião, que degenerou-se num formalismo inerte, criando a dicotomia racional – irracional, sentimento - razão,  religião – ciência. Como conseqüência, nossos sentimentos e emoções, e tudo que se relaciona com a Lua foi relegado a um segundo plano.
Em  1969, com o primeiro vôo à lua,  criou-se um novo vínculo entre a Terra e a Lua, criando um  canal de abertura para a recuperação da consciência lunar. Mas qual a importância da Lua na nossa vida ? Como podemos entendê-la no Mapa Astral ?
A Lua é o ponto mais sensível no Mapa Astral. Seu movimento é rápido (dá uma volta completa no Zodíaco em 27,3 dias – permanecendo em média 2,5 dias em cada signo) o que vai refletir nos estados de ânimo e nos sentimentos tão rapidamente mutáveis e flutuantes, a que estamos sujeitos: às marés emocionais que vêm e vão diariamente. Vai demonstrar de que modo as experiências da vida cotidiana afetam o humor e os sentimentos.
            Como já foi dito, a Lua é nosso lado inconsciente, instintivo e emocional. Poderíamos dizer que é nosso piloto automático. Princípio receptivo, que abraça instintivamente aquilo que é essencial à sobrevivência. Atua de forma semelhante a uma tela de radar, expondo a imagem, recebendo e respondendo inconscientemente às impressões recebidas do mundo exterior Quando não usamos o Sol – a consciência – respondemos sem pensar, sem refletir, reagindo ao que nos acontece. Portanto, quando estamos ansiosos, nervosos agimos de acordo com nosso signo lunar. É comum ver pessoas que manifestam mais a Lua do que o Sol.
Na infância, até os 7 anos reagimos de acordo com a Lua, numa relação quase simbiótica com a mãe. Por isso, diz-se que a Lua, no Mapa Astral Natal descreve a mãe, ou uma mulher que fez o papel de mãe. Não a mãe como era, mas a experiência do filho com relação à mãe, como o filho a vê.  Pode ainda descrever  uma qualidade, positiva ou negativa, que a mãe projetou e que exerce uma influência poderosa no seu grau de estabilidade emocional, ou ainda uma característica reprimida na mãe. Desta forma, revela os padrões,  hábitos e as lembranças dos nossos primeiros anos, muitos das quais inconscientes.
Captamos o mundo à luz de nossa primeira experiência com a mãe e aprendemos a cuidar de nós conforme o modelo fornecido Simbolicamente, a mãe é a primeira mulher com a qual nos relacionamos, responsável pelo cuidado, proteção e alimentação. Sem esses cuidados básicos o ser humano não sobrevive. A Lua vai indicar como damos e recebemos afeto, revelando a melhor maneira de cuidarmos dos outros, satisfazendo as suas necessidades, e como admitir as mesmas necessidades em nós mesmos.  Vai  indicar, também, as condições sob as quais nos sentimos mais emocionalmente seguro, pois rege o senso básico de segurança, que é, desde cedo, influenciado pelos pais, de um modo crucial, embora inconsciente.
Além de demonstrar como é nossa mãe, vai demonstrar também que mães ou pais seremos, pois nós tivemos o que aprendemos, e uma das coisas que aprendemos com os nossos pais é como ser um pai. Uma vez que isso é essencialmente inconsciente, é muito difícil por esses padrões sob controle ou modifica-los. Só possível através de um trabalho de auto-conhecimento.
            Como símbolo da mãe, a Lua, no mapa astral,   indica  os nossos modelos e necessidades emocionais mais profundas: afeto, nutrição, apoio  familiar; indica energias específicas que precisamos experimentar e expressar a fim de nos alimentar e nos dar segurança e proteção para nossa ação. Revela nossas emoções e o modo como nos relacionamos com elas, bem como reagimos às emoções das pessoas que nos cercam.
            Quando nossas necessidades básicas não são atendidas nos tornamos compulsivos, buscando uma substituição ou compensação que gera ansiedade e insatisfação.  A tendência é suprimir a ansiedade através de atividades que não vão nos nutrir adequadamente, pelo contrário vão cada vez mais nos dar sentimentos de vazio e solidão. Exemplo disto: consumir sem necessidade, comer sem fome, buscar incansavelmente a realização e perfeição, etc.  Devemos perguntar repetidamente quais são nossas necessidades reais, experimentá-las, validá-las e reestruturar nossa vida de modo que possamos atender a elas tão completamente quanto possível.
            Conhecer nossas mais profundas necessidades de segurança e afeto é cultivar nossos sustentáculos interiores de fé e confiança.  É saber que quanto mais escura é a noite, mas claro será o dia. Somente tendo consciência de nossas necessidades internas é que poderemos encontrar caminhos adequados para sua expressão e usar bem a luz para estabelecer relações que nos alimentem e sustentem a nós e aos outros.
A Lua também vai nos falar de nossa sensibilidade e receptividade,  nossa relação com o feminino interior, ou anima, bem como com as influências femininas exteriores a nós. Rege os domínios da natureza, a consciência puramente matriarcal, substima os valores individuais, dando importância primordial à família e à tribo, justificando a supressão ou a destruição da auto-expressão individual, em caso de ameaça à segurança do grupo. Não existe ética, nem princípios, nem uso disciplinado da vontade, tudo é justificado através da necessidade instintiva e pela preservação da espécie. Quando a deusa Lua não é cultuada o seu lado escuro é liberado. As deusas esquecidas procuram vingança, é só lembrar do conto infantil da Bela Adormecida, a fada (que virou bruxa) não convidada lançou uma maldição sobre a princesa. No entanto, quando são bem recebidas, tornam-se guias espirituais que nos revelam tesouros interiores os quais não pensávamos possuir.
A Lua mal colocada no mapa pode se manifestar de várias maneiras:
Þ  Perda de ligação e de cuidado com o corpo, com a natureza e com a terra viva.
Þ  Pode sugerir tanto a falta como um excesso de receptividade, nos arrastando de volta para nossas origens e nos fazendo descer para o passado e para o inconsciente.
Þ  mãe má: antivida - teme a existência do instinto e da emoção.  Insiste na perfeição e no auto-sacrifício.  Usa a raiva, o medo e a culpa para nos compelir a obedecer-lhe.
Þ  interiorização distorcida da anima - animus distorcido que procura compensar o que falta, dirigindo-nos incansavelmente para a realização e perfeição
Þ  modelo alternativo: identificação com o passivo, com a mãe altruísta, desvaloriazação da energia primitiva da Deusa Mãe;
Na Astrologia Médica, a Lua rege o estômago e todo o aparelho digestivo. Simbolicamente nos diz que precisamos cuidar do que nos alimenta verdadeiramente. A falta ou excesso de alimentação pode demonstrar uma insegurança diante da vida, um apego ao passado, um sentimento de desproteção e desamparo que poderá ser suprido se atendidas as necessidades da Lua.
 
Resumindo:
§  Lua nosso piloto automático;
§  Como vemos nossa mãe ou quem fez o papel de mãe;
§  O que dá segurança e senso de pertencimento;
§  Como lidamos com nossas emoções;
§  Casa que a Lua está descreve a área da vida na qual, como muito mais freqüência,  experimentamos mudanças.
§  Signo e posição da casa podem conflitar
§  Mal aspectada: algo aconteceu de errado no assentamento dos alicerces ou no estabelecimento das raízes.

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