Em
Touro, trabalhamos nosso potencial interno, nosso valor como SER. A energia
formatada precisa ser ordenada e
comunicada. Em Gêmeos, a partir da vivência da dualidade, da relação com o meio
ambiente dá-se início ao ciclo de integração. Gêmeos exterioriza e interpreta o
impulso individual de Áries uma vez salientado e substanciado em Touro. O fogo originário se condensa na
matéria e Gêmeos, através da divisão do ovo cósmico em Masculino e Feminino,
promove a integração do processo de
vida. Do latim “geminus” = gamos= união, matrimônio, casamento de duas partes,
de dois pólos opostos complementares.
Em Gêmeos, emerge nossa capacidade
de refletir e pensar, de comunicar, de integrar. Começamos a explorar o
ambiente e a relacionar com ele, vivendo
a dualidade exterior - interior, mortal - imortal, bem - mal. A energia se move
pelo reino do conhecimento de forma livre e descompromissada, evitando tomar
partido ou assumir posição categórica. As respostas não são o mais importante,
já que Gêmeos quer investigar o mundo a partir da ótica de um pesquisador, com
liberdade para explorar caminhos diferentes. A partir da observação, da análise
e da coleta de dados, classifica-os de forma inventiva, nova e experimental.
Para isso a energia geminiana é dotada de grande curiosidade, inteligência
analítica, flexibilidade, agitação,
ausência de pressuposto,
volubilidade, capacidade de estabelecer relações lógicas. Essas características dão a Gêmeos um impulso
de entender todas as coisas e de explicar a realidade a partir da mente
racional.
Esse impulso pode tomar proporções
obsessivas quando acreditamos que nada existe além da nossa mente racional,
além da nossa linguagem e percepção lógica do mundo. Dessa forma, passamos a
acreditar que a realidade está comprometida com nossa capacidade de explicá-la:
quanto maior nossa capacidade descritiva, mais profunda e ampla é a abordagem
da realidade. Podemos chegar ao ponto de acreditar que a realidade pode ser
criada somente pela mente racional e, com isto, distanciamo-nos dela. O mundo se torna
repetitivo e controlado, distante dos movimentos espontâneos, quando não
inserimos o amor e a capacidade de
sentir e entregar.
Gêmeos olha o mundo através dos
olhos do cérebro, e não do coração. Tem dificuldades de lidar com os
sentimentos, por isso quer explicá-los. Uma forma de não viver os sentimentos e
emoções é explicar o inexplicável. É
ficar na superficialidade e não se envolver.
Sentimentos não se entendem, se sentem.
Isto demonstra a forma de Gêmeos lidar com a dualidade. A partir do
reconhecimento do interno e do externo, do bem e do mal, do pensamento e do sentimento, da noite e do dia, acredita
que, se se envolver com o que escolher terá um pólo oposto que irá reagir e
interferir, levando-o à dúvida. Por
isso, às vezes, perde-se na indecisão. O grande potencial da energia
geminiana é de conciliar o inconciliável, de contemporizar, de analisar, de
integrar. Para isso, tem o poder de discriminar e analisar, levando em
consideração os vários aspectos do Ser. Depois de discriminar, Gêmeos está
pronto para exercer sua capacidade de escolha, tomar sua decisão. A partir de
escolhas corretas é que se dá o crescimento do Eu, e o senso de
responsabilidade de suas próprias atitudes aflora. É importante entender que
normalmente, quando vamos decidir, agimos como se existissem dois pólos que tentam se destruir
mutuamente, visando à hegemonia de um dos dois. No entanto, é necessário que haja um processo de assimilação
consciente das características de ambos, para que se atinja a paz interior com
um ou outro componente predominando a cada momento, sem ameaçar o resultado
global do Ser.
A
fala do maestro no filme “A Festa de Babette” nos traduz poeticamente a dificuldade de Gêmeos: “Na sua fraqueza e
miopia o Ser Humano acha que tem de fazer uma escolha na vida e teme o risco
que corre. Nós conhecemos o medo, pois nem toda escolha é sem importância.
Chegará a hora em que os nossos olhos se abrirão e finalmente reconheceremos
que a Graça não tem fim. É só esperar confiante para receber a gratidão. A
Graça não exige nada. E veja, tudo que escolhemos nos foi dado e tudo de que
desistimos nos foi concedido. Sim teremos ainda de volta o que jogamos
fora.” Hércules nos fala da escolha de
outra forma.
Num
longínquo e desconhecido lugar, cresce a árvore sagrada da sabedoria que produz
as maçãs de ouro, doces frutos almejados por todos. A árvore é guardada e
protegida por três donzelas - as Hespérides que, por sua vez, são guardadas por
um dragão de cem cabeças. A tarefa de Hércules é encontrar e colher esses frutos. É advertido de que cinco testes
se imporão em seu Caminho, que se aprendidos implicarão numa maior compreensão,
habilidade e oportunidade.
Inicialmente
procurou ao norte onde encontrou Nereu, que lhe fora mandado como auxiliar. Mas
Hércules, obcecado pelas maças, não reconheceu a ajuda oferecida, não reconheceu a inspiração superior e não
aprendeu a lição do primeiro teste. Dirigiu-se ao sul, buscando a árvore com
base em sua aparência física. Nada encontrou.
Quando a serpente Anteu cruzou seu caminho, percebeu que a ilusão das
forças físicas o tenta o tempo todo. Aprendeu a lição do segundo teste: existem
outros níveis de existência além do físico. Segue para o ocidente, onde
encontrou Busiris, o grande arquienganador, filho das águas, parente próximo de
Netuno. Este se faz passar por um mestre
e Hércules aceita todas as suas idéias,
ensinamentos e sugestões. A cada dia,
vai se tornando mais fraco, sem perceber. Até que um dia o seu amado
mestre o amarra a um altar e lá o mantém por um ano inteiro. Só então Hércules se lembra das palavras de
seu mestre interno: A verdade está dentro de ti mesmo. Quando pronunciadas,
essas palavras trazem, de modo sobrenatural, a certeza de que poder e luz são
acessíveis a qualquer homem por direito de nascença. Estimulado por elas, liberta-se e coloca o falso mestre em seu
lugar, no altar. O terceiro teste está terminado e a lição aprendida: nem todos
que se dizem mestres os são, o verdadeiro mestre é aquele que ajuda a descobrir
que a verdade está dentro de cada um.
Pondo-se
novamente a caminho, triste pelo atraso de um ano, sua atenção é atraída para um bando de
abutres e escuta um grito de profundo desesperado. Hesita entre continuar seu
caminho e ir em busca do autor dos gritos. Decide socorrer, e encontra Prometeu
acorrentado à rocha, sofrendo terríveis agonias de dor, pois os abutres lhe
comiam o fígado e lentamente o matavam. Hércules quebra as amarras, afasta os
abutres e cuida de Prometeu até ver curados os seus ferimentos. Após longo
tempo perdido, põe-se a caminho novamente. O quarto teste está terminado e Hércules
aprendeu que a regra que acelera todo o sucesso é Aprender a Servir.
Continua
sua busca, quando um peregrino que passava,
mostra-lhe que atrás de uma montanha distante a árvore será encontrada.
Hércules segue o caminho apontado, mas lá só encontra Atlas, sofrendo, com seus
membros vergados pela dor de carregar o mundo. Esqueceu sua busca, e retirou a
carga dos ombros de Atlas
passando-a para as suas próprias
costas. O mundo sobre as costas de Hércules torna-se leve como por encanto e os
dois vêem-se livres. Atlas, com as mãos estendidas num gesto de amor, oferece a
Hércules as maças de ouro. Assim termina a busca das maçãs, sem que tenha
existido uma árvore no plano físico. As virgens aparecem para saldar Hércules,
sem que este tenha se dado o trabalho de procurá-las.
Temos
medo de assumir nossa responsabilidade diante do Todo, de provocar as mudanças
necessárias no nosso destino. Mantemo-nos, então, na indecisão, limitamos nossa ação com vontade de
retroceder, querendo voltar ao estado de inocência, de ingenuidade como
vivíamos no paraíso. Com medo de cair na rede e sermos aprisionados, acabamos
presos pelo mental que divide o que
naturalmente está ligado. Todas as coisas, seres e astros estão ligados por uma
grande “Teia Cósmica”, na qual a ação de cada um interfere no Todo para a
evolução e a libertação do Ser.
Na
Astrologia Médica, Gêmeos está associado aos pulmões. A respiração é o fio
invisível que liga todos os seres ao
Grande Espírito. Nós não “fazemos” uma respiração, nós “recebemos” uma respiração.
A energia cósmica está à nossa disposição sob a forma de respiração, por isso
devemos receber cada respiração com consciência e gratidão. Ela em si é una, mas como todo e qualquer
processo, pode tornar-se dual, dependendo da nossa visão de mundo. Assim, o que
é um, o respirar, torna-se dois: o inspirar e o expirar, o dar
e o receber, o perder e o ganhar e assim por diante. Inspiramos o oxigênio que
as plantas generosamente nos fornecem e eliminamos o gás carbônico, que para
nós não tem utilidade. Por isso, quando nos atemos a um só lado da questão, só
o dar ou só o receber, temos dificuldade de respirar, retemos o ciclo natural, com
medo de morrer e um enorme desejo de viver.
Vivemos
numa sociedade que privilegia o conhecimento racional, em que tudo é explicado e entendido. As explicações são
transformadas em informações e
comunicadas, transmitidas a outros. Dentro desse contexto, saber se
tornou uma grande fonte de poder. E uma forma de manter a divisão de classes é
não universalizar o acesso à cultura. A mente usada para discriminar e analisar torna-se um elemento de controle e limitação
de nosso desenvolvimento.
A
linguagem, como processo de identificação, tornou-se a forma privilegiada de
comunicação. Damos nome aos processos corporais, em vez de apenas viver,
respirar e deixar ir. O nome passou a ser mais importante do que aquilo
representa. Nomear traz em si o perigo de tornar o nomeado cristalizado,
escravizando a palavra e a imagem,
esquecendo que tudo traz em si um significado belo e intenso independente do
nome que recebeu. A palavra é um código que precisa ser libertado para que
possamos compreender seu verdadeiro significado. Se usada como receptiva às
energias transpessoais criativas e criadoras será nosso grande recurso, a ferramenta
adequada para transformar o mundo, recriá-lo, produzir com nossa mente, com
nossa imaginação, uma realidade mais acessível e compatível com nossas
qualidades naturais. Devemos desenvolver em Gêmeos a capacidade de expressar os
sentimentos e emoções, de exprimir com clareza assuntos controvertidos e
experiências de outras dimensões. O grande medo de Gêmeos torna-se a sua maior
capacidade.
A
grande aprendizagem de Gêmeos é, a
partir da consciência da dualidade, da existência dos dois pólos opostos e
complementares, fazer a síntese dos opostos, libertando a realidade travestida em ilusão conceitual. Assim como a
idéia de dia e de noite, dois aspectos de um mesmo processo, aprender a integrar e não a excluir. A
proposição correta é “e” e não “ou”. Só assim poderemos fazer contato com nossos
vários “Eus” sem nos comprometermos excessivamente com nenhum deles, por saber
que são partes de um Todo inapreensível pelas vias da razão.
Atividades:
·
pratique exercícios ao ar livre, como natação e exercícios
respiratórios (realize conscientemente 36 respirações prestando atenção à
entrada e à saída do ar);
·
escreva, quando se sentir confuso;
·
brinque com quebra-cabeça ou qualquer outro jogo de montar;
·
pratique alguma atividade ligada à dança, pintura ou música;
· na meditação da lua cheia,
trabalhe as características: flexibilidade, inteligência analítica, agitação, versatilidade,
curiosidade;
· leia o texto bíblico: Mt 13, 24-30;
· observe no céu as
constelações de Gêmeos, Lebre, Cão Maior ( S ) e Cão Menor ( N
· dieta: coma muita fruta e
legumes;
· tome chá de capim-limão;
· enfeite sua casa e/ou local
da trabalho com Lavanda;
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