27 de mai. de 2013

GÊMEOS: A BUSCA DA INTEGRAÇÃO




Em Touro, trabalhamos nosso potencial interno, nosso valor como SER. A energia formatada precisa ser ordenada  e comunicada. Em Gêmeos, a partir da vivência da dualidade, da relação com o meio ambiente dá-se início ao ciclo de integração. Gêmeos exterioriza e interpreta o impulso individual de Áries uma vez salientado e substanciado em  Touro. O fogo originário se condensa na matéria e Gêmeos, através da divisão do ovo cósmico em Masculino e Feminino, promove a  integração do processo de vida. Do latim “geminus” = gamos= união, matrimônio, casamento de duas partes, de dois pólos opostos complementares.
            Em Gêmeos, emerge nossa capacidade de refletir e pensar, de comunicar, de integrar. Começamos a explorar o ambiente e a relacionar com ele,  vivendo a dualidade exterior - interior, mortal - imortal, bem - mal. A energia se move pelo reino do conhecimento de forma livre e descompromissada, evitando tomar partido ou assumir posição categórica. As respostas não são o mais importante, já que Gêmeos quer investigar o mundo a partir da ótica de um pesquisador, com liberdade para explorar caminhos diferentes. A partir da observação, da análise e da coleta de dados, classifica-os de forma inventiva, nova e experimental. Para isso a energia geminiana é dotada de grande curiosidade, inteligência analítica, flexibilidade, agitação,  ausência de pressuposto,  volubilidade, capacidade de estabelecer relações lógicas.  Essas características dão a Gêmeos um impulso de entender todas as coisas e de explicar a realidade a partir da mente racional.
            Esse impulso pode tomar proporções obsessivas quando acreditamos que nada existe além da nossa mente racional, além da nossa linguagem e percepção lógica do mundo. Dessa forma, passamos a acreditar que a realidade está comprometida com nossa capacidade de explicá-la: quanto maior nossa capacidade descritiva, mais profunda e ampla é a abordagem da realidade. Podemos chegar ao ponto de acreditar que a realidade pode ser criada somente pela mente racional e, com isto,   distanciamo-nos dela. O mundo se torna repetitivo e controlado, distante dos movimentos espontâneos, quando não inserimos o amor  e a capacidade de sentir e  entregar.
            Gêmeos olha o mundo através dos olhos do cérebro, e não do coração. Tem dificuldades de lidar com os sentimentos, por isso quer explicá-los. Uma forma de não viver os sentimentos e emoções é  explicar o inexplicável. É ficar na superficialidade e não se envolver.  Sentimentos não se entendem, se sentem.  Isto demonstra a forma de Gêmeos lidar com a dualidade. A partir do reconhecimento do interno e do externo, do bem e do mal, do pensamento e  do sentimento, da noite e do dia, acredita que, se se envolver com o que escolher terá um pólo oposto que irá reagir e interferir,  levando-o à dúvida. Por isso, às vezes,  perde-se na  indecisão. O grande potencial da energia geminiana é de conciliar o inconciliável, de contemporizar, de analisar, de integrar. Para isso, tem o poder de discriminar e analisar, levando em consideração os vários aspectos do Ser. Depois de discriminar, Gêmeos está pronto para exercer sua capacidade de escolha, tomar sua decisão. A partir de escolhas corretas é que se dá o crescimento do Eu, e o senso de responsabilidade de suas próprias atitudes aflora. É importante entender que normalmente, quando vamos decidir, agimos como se  existissem dois pólos que tentam se destruir mutuamente, visando à hegemonia de um dos dois. No entanto, é necessário  que haja um processo de assimilação consciente das características de ambos, para que se atinja a paz interior com um ou outro componente predominando a cada momento, sem ameaçar o resultado global do Ser.
A fala do maestro no filme “A Festa de Babette” nos traduz         poeticamente a dificuldade de Gêmeos: “Na sua fraqueza e miopia o Ser Humano acha que tem de fazer uma escolha na vida e teme o risco que corre. Nós conhecemos o medo, pois nem toda escolha é sem importância. Chegará a hora em que os nossos olhos se abrirão e finalmente reconheceremos que a Graça não tem fim. É só esperar confiante para receber a gratidão. A Graça não exige nada. E veja, tudo que escolhemos nos foi dado e tudo de que desistimos nos foi concedido. Sim teremos ainda de volta o que jogamos fora.”  Hércules nos fala da escolha de outra forma.
Num longínquo e desconhecido lugar, cresce a árvore sagrada da sabedoria que produz as maçãs de ouro, doces frutos almejados por todos. A árvore é guardada e protegida por três donzelas - as Hespérides que, por sua vez, são guardadas por um dragão de cem cabeças. A tarefa de Hércules é encontrar e colher  esses frutos. É advertido de que cinco testes se imporão em seu Caminho, que se aprendidos implicarão numa maior compreensão, habilidade e oportunidade.
Inicialmente procurou ao norte onde encontrou Nereu, que lhe fora mandado como auxiliar. Mas Hércules, obcecado pelas maças, não reconheceu a ajuda oferecida,  não reconheceu a inspiração superior e não aprendeu a lição do primeiro teste. Dirigiu-se ao sul, buscando a árvore com base em sua aparência física. Nada encontrou.  Quando a serpente Anteu cruzou seu caminho, percebeu que a ilusão das forças físicas o tenta o tempo todo. Aprendeu a lição do segundo teste: existem outros níveis de existência além do físico. Segue para o ocidente, onde encontrou Busiris, o grande arquienganador, filho das águas, parente próximo de Netuno.  Este se faz passar por um mestre e Hércules aceita todas as suas idéias,  ensinamentos e sugestões. A cada dia,  vai se tornando mais fraco, sem perceber. Até que um dia o seu amado mestre o amarra a um altar e lá o mantém por um ano inteiro.  Só então Hércules se lembra das palavras de seu mestre interno: A verdade está dentro de ti mesmo. Quando pronunciadas, essas palavras trazem, de modo sobrenatural, a certeza de que poder e luz são acessíveis a qualquer homem por direito de nascença. Estimulado por elas,  liberta-se e coloca o falso mestre em seu lugar, no altar. O terceiro teste está terminado e a lição aprendida: nem todos que se dizem mestres os são, o verdadeiro mestre é aquele que ajuda a descobrir que a verdade está dentro de cada um.
Pondo-se novamente a caminho, triste pelo atraso de um ano,  sua atenção é atraída para um bando de abutres e escuta um grito de profundo desesperado. Hesita entre continuar seu caminho e ir em busca do autor dos gritos. Decide socorrer, e encontra Prometeu acorrentado à rocha, sofrendo terríveis agonias de dor, pois os abutres lhe comiam o fígado e lentamente o matavam. Hércules quebra as amarras, afasta os abutres e cuida de Prometeu até ver curados os seus ferimentos. Após longo tempo perdido, põe-se a caminho novamente. O quarto teste está terminado e Hércules aprendeu que a regra que acelera todo o sucesso é Aprender a Servir.
Continua sua busca, quando um peregrino que passava,  mostra-lhe que atrás de uma montanha distante a árvore será encontrada. Hércules segue o caminho apontado, mas lá só encontra Atlas, sofrendo, com seus membros vergados pela dor de carregar o mundo. Esqueceu sua busca, e retirou a carga dos ombros de Atlas  passando-a  para as suas próprias costas. O mundo sobre as costas de Hércules torna-se leve como por encanto e os dois vêem-se livres. Atlas, com as mãos estendidas num gesto de amor, oferece a Hércules as maças de ouro. Assim termina a busca das maçãs, sem que tenha existido uma árvore no plano físico. As virgens aparecem para saldar Hércules, sem que este tenha se dado o trabalho de procurá-las.
Temos medo de assumir nossa responsabilidade diante do Todo, de provocar as mudanças necessárias no nosso destino. Mantemo-nos, então, na indecisão,  limitamos nossa ação com vontade de retroceder, querendo voltar ao estado de inocência, de ingenuidade como vivíamos no paraíso. Com medo de cair na rede e sermos aprisionados, acabamos presos  pelo mental que divide o que naturalmente está ligado. Todas as coisas, seres e astros estão ligados por uma grande “Teia Cósmica”, na qual a ação de cada um interfere no Todo para a evolução e a libertação do Ser.
Na Astrologia Médica, Gêmeos está associado aos pulmões. A respiração é o fio invisível que liga todos os seres  ao Grande Espírito. Nós não “fazemos” uma respiração, nós “recebemos” uma respiração. A energia cósmica está à nossa disposição sob a forma de respiração, por isso devemos receber cada respiração com consciência e gratidão.  Ela em si é una, mas como todo e qualquer processo, pode tornar-se dual, dependendo da nossa visão de mundo. Assim, o que é um,  o respirar,  torna-se dois: o inspirar e o expirar, o dar e o receber, o perder e o ganhar e assim por diante. Inspiramos o oxigênio que as plantas generosamente nos fornecem e eliminamos o gás carbônico, que para nós não tem utilidade. Por isso, quando nos atemos a um só lado da questão, só o dar ou só o receber,  temos  dificuldade de respirar,  retemos o ciclo natural,  com  medo de morrer e um enorme desejo de viver.
Vivemos numa sociedade que privilegia o conhecimento racional, em que tudo é  explicado e entendido. As explicações são transformadas em informações e  comunicadas, transmitidas a outros. Dentro desse contexto, saber se tornou uma grande fonte de poder. E uma forma de manter a divisão de classes é não universalizar o acesso à cultura. A mente usada  para discriminar e analisar  torna-se um elemento de controle e limitação de nosso desenvolvimento.
A linguagem, como processo de identificação, tornou-se a forma privilegiada de comunicação. Damos nome aos processos corporais, em vez de apenas viver, respirar e deixar ir. O nome passou a ser mais importante do que aquilo representa. Nomear traz em si o perigo de tornar o nomeado cristalizado, escravizando a palavra e  a imagem, esquecendo que tudo traz em si um significado belo e intenso independente do nome que recebeu. A palavra é um código que precisa ser libertado para que possamos compreender seu verdadeiro significado. Se usada como receptiva às energias transpessoais criativas e criadoras será nosso grande recurso, a ferramenta adequada para transformar o mundo, recriá-lo, produzir com nossa mente, com nossa imaginação, uma realidade mais acessível e compatível com nossas qualidades naturais. Devemos desenvolver em Gêmeos a capacidade de expressar os sentimentos  e emoções, de exprimir  com clareza assuntos controvertidos e experiências de outras dimensões. O grande medo de Gêmeos torna-se a sua maior capacidade. 
A grande aprendizagem de Gêmeos  é, a partir da consciência da dualidade, da existência dos dois pólos opostos e complementares, fazer a síntese dos opostos, libertando a realidade  travestida em ilusão conceitual. Assim como a idéia de dia e de noite, dois aspectos de um mesmo processo,  aprender a integrar e não a excluir. A proposição correta é  “e” e não “ou”.  Só assim poderemos fazer contato com nossos vários “Eus” sem nos comprometermos excessivamente com nenhum deles, por saber que são partes de um Todo inapreensível pelas vias da razão. 

Atividades:
·         pratique exercícios ao ar livre, como natação e exercícios respiratórios (realize conscientemente 36 respirações prestando atenção à entrada e à saída do ar);
·         escreva, quando se sentir confuso;
·         brinque com quebra-cabeça ou qualquer outro jogo de montar;
·         pratique alguma atividade ligada à dança, pintura ou música; OO    dfd.f,.d,sds.,.     mnmnmn,mn,mn   
·      na meditação da lua cheia, trabalhe as características: flexibilidade, inteligência          analítica, agitação, versatilidade, curiosidade;
·      leia o texto bíblico:  Mt 13, 24-30;
·      observe no céu as constelações de Gêmeos, Lebre, Cão Maior ( S ) e Cão Menor ( N
·      dieta: coma muita fruta e legumes;
·      tome chá de capim-limão;
·      enfeite sua casa e/ou local da trabalho com Lavanda;
                                
 

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