14 de jan. de 2016

CAPRICÓRNIO: A BUSCA DO COMPROMISSO



            A flecha foi atirada em Sagitário, não há como voltar atrás. Já está em direção ao alvo, ao cume, para alcançar a segurança, a riqueza interior do EU. Sagitário construiu as bases filosóficas e os princípios, apontando a direção do Caminho. É hora de consolidar, de construir nas colinas, no horizonte. O grande desafio está em transformar a bagagem acumulada nos estágios anteriores em algo factível e aplicável no mundo da matéria. “A fé sem obras é inoperante” (Thiago 2,20). É  Capricórnio que deverá realizar esta tarefa.
Capricórnio nos lembra de nosso compromisso e responsabilidade para com o nosso destino, entendido aqui como o projeto de nossa existência terrena, associado à jornada evolucionária da alma, ao longo do tempo, na direção da unidade com Deus e na liberdade do Divino: o darma. Não temos escolha em relação ao cumprimento desse compromisso, mas a qualidade dele, esta sim podemos escolher: será  com ou sem sofrimento.  Capricórnio nos fala de nossa verdadeira vocação, do melhor que temos para dar à sociedade. Se comparamos com a árvore, podemos dizer que Capricórnio são os frutos; toda a raiz, o tronco, os galhos, as folhagens e as flores tem como objetivo final dar frutos. Frutos de qualidade para servir à evolução.
 O grande dilema é saber a quem  servir e com quem se compromissar. A árvore deve estar bem conectada com suas raízes para dar os melhores frutos. Uma árvore de laranja só pode dar laranjas, não adianta querer que dê limões. Capricórnio nos diz que devemos estar ligados aos nossos verdadeiros potenciais, à manifestação de nossa beleza, à concretização de nossos talentos. No entanto,  voltado que está para a realização de obras, corre o risco de priorizar o atendimento das expectativas externas, buscando reconhecimento, admiração ou aquisição de renome e prestígio. Se se deixar levar pelas ilusões do mundo, perderá sua Alma ou essência. Sua grande obra é se colocar a serviço de seu EU,  possibilitando a realização  do Plano Divino.
Capricórnio é portador de um senso de responsabilidade cósmica, sabe que seu compromisso não é com um grupo de pessoas ou com determinada facção política ou religiosa. Sabe que o bem-estar da humanidade é determinado pela capacidade de cada indivíduo responder por si mesmo e de tomar decisões independentes que levem em conta os interesses de todos os seus semelhantes  e não apenas os interesses próprios ou os de um pequeno setor da sociedade.
É capaz de romper as barreiras que nos isolam dos outros, de ultrapassar seus próprios limites, estruturando-se e concentrando-se em sua tarefa, contando consigo mesmo. Sabe que seu compromisso só pode ser cumprido por ele mesmo e que o cumprimento dos deveres para o sistema principal é a força que leva à organização da sociedade. É capaz de definir com exatidão as responsabilidades perante o cosmo e de cumpri-las perfeitamente. Pode cair na tentação de não  assumir seu encargo, “delegando” a vida, abrindo mão de sua genuína qualidade:  a auto-suficiência.
Vivemos numa sociedade em que o sucesso e o fracasso são medidos na capacidade de se ajustar ou rejeitar as convenções. A pressão é para que se mantenha o “status quo”, gerando uma ambição avassaladora, em que as realizações  materiais são endeusadas e a vida gira em torno do progresso que passa pela obsessão pelo trabalho. Trabalho sem descanso, disciplinador, rígido, sem prazer, gerando um indivíduo autoritário, com mentalidade estreita. Como conseqüência, deixamos que a estrutura de nossa personalidade seja moldada e se adapte  às exigências exteriores que nos são feitas; limitamos nossa auto-expresão em função do grande parâmetro castrador: o que os outros vão pensar, inibições que reprimem e limitam; deixamos que a realidade social  defina os caminhos da realização de nossa tarefa neste mundo.
Não é por acaso que hoje é muito freqüente entre nós a depressão, a ansiedade, a insônia, as alergias, os  problemas de pele e os distúrbios digestivos. Todos eles são conseqüência de uma auto-repressão, de um acúmulo prolongado de energia frustrada que as inibições impedem de fluir livremente. A depressão é conseqüencia da desconecção com suas próprias raízes, o que impossibilita a geração de frutos saudáveis e saborosos. O melhor antidepressivo é a  autêntica determinação de procurar a raiz dessas inibições e a vontade de mudar o modo de encarar a vida. 
Temos medo de assumir nosso compromisso e interferir no destino. Como já foi dito, temos um crença perversa de que nosso destino está traçado, de que as coisas não dependem de nós para acontecer.  Temos uma insegurança e um medo muito grande de assumir nosso poder de recriar, de ser co-criador deste universo. É preciso Renascer para o compromisso com seu próprio crescimento e com isto interferir no Todo, interferir no destino da humanidade e do planeta. É preciso que exoneremos  todo medo de nos identificar e cumprir a própria missão, pois assim estaremos  ajudando no centramento de outras pessoas,  para a sua própria evolução, e na evolução do universo.
Hércules está diante do décimo portal, deve descer ao mundo dos mortos e trazer Cérbero, Guardião do Hades. Está sozinho, mas ciente de que está sendo guiado por seu ser mais interno, que se manifesta por meio dos fatos que ocorrem à sua volta, ou pela presença de uma energia cuja providência e destino lhe são completamente misteriosos. Deve atravessar um rio escuro e envenenado, que representa parte do subconsciente da Terra. As almas desencarnadas devem pagar uma quantia para chegar à outra margem, sem saber o que as aguarda. Quando Hércules entra na barca, que irá levá-lo até o outro lado, nada lhe é cobrado pois o barqueiro sente-se temeroso diante dele. O mundo dos mortos é sombrio, cheio de sofrimento e desprovido de esperança. Mercúrio, mensageiro dos deuses e condutor das almas lhe serve como guia.  Os mortos fogem amedrontados ao verem Hércules. Quando chega na presença de Hades ou Plutão, o senhor dos mortos, pede-lhe que o deixe levar Cérbero para Micenas. Plutão consente desde que não use nenhuma de suas armas habituais, protegendo-se apenas com a pele do Leão de Neméia.  Cérbero é um cão com três cabeças, cauda de dragão, pescoço e dorso eriçados de serpentes.
De mãos vazias, Hércules enfrenta Cérbero. Agarra-o pelo pescoço, dominando-o. O cão tenta, inutilmente, defender-se picando-o muitas vezes com o aguçado ferrão de sua cauda. Hércules, agarra-o pela garganta em sua cabeça central e com todas as suas forças, começa a apertá-la firmemente, enquanto o cão se debate sem conseguir soltar-se. Aos poucos enfraquecido, deixa-se dominar.
Nos trabalhos anteriores, Hércules teve de enfrentar monstros que simbolizavam seu inferno individual, agora o inferno é coletivo. Hércules enfrenta o Inferno para libertar a humanidade de si mesma. No decorrer dos trabalhos, Hércules foi ampliando o seu âmbito de atuação, demonstrando que a ampliação da capacidade de prestar serviço é uma verdadeira realização do ponto de vista da alma. Não se pode aprender por ouvir dizer, mas apenas por meio da vivência. O medo do desconhecido, do diferente e do novo é um medo coletivo. Cada um deve fazer sua descida ao “inferno coletivo” para limpá-lo.
O medo só será varrido da Terra quando o homem fizer a ligação entre sua consciência pessoal (com seus recursos falíveis) e  sua supraconsciência  (com suas possibilidades ilimitadas), quando fizer a ponte entre a mente racional e a mente superior. Essa ponte deverá ser feita, no nível físico, através da autodisciplina voluntária e oportuna; no nível emocional, com o desejo de servir, de ser um elo  na corrente evolutiva, dissolvendo a possessividade sobre os demais seres e sobre os objetos puramente materiais. No nível mental, o trabalho de construção da ponte é feito automaticamente, quando se mantém a aspiração firme e inalterada, o que só é possível por meio da energia da fé, existente na alma do homem como parte de sua íntima essência.
À medida que construímos a ponte e nos libertamos das cadeias que nos prendem, é que nos tornamos aptos a ajudar o próximo, é que passamos a ser cada vez mais úteis no Plano Evolutivo.
Para cumprir seu compromisso, Capricórnio conta com sua inteligência prática, seletiva e racional, vê o que dá resultados concretos, palpáveis e prolongados. Sua mente é treinada para observar o que pode gerar uma estrutura segura em qualquer área. Por isso, vê primeiro os obstáculos, as dificuldades, os problemas. Sua atenção se volta para a eficácia, a   eficiência e a competência, farejando de longe a insegurança e o amadorismo nas pessoas.  Desde criança, traz a marca da responsabilidade e o sentido de que possui uma espécie de missão ou compromisso; conhece muito bem os conceitos de controle, medo, resistência, perseverança e disciplina, o que faz com que seja uma criança triste e amadurecida.
            Essas características dão a Capricórnio uma aparência séria, fria e forte, que nada mais é do que uma couraça a esconder sua extrema sensibilidade e flexibilidade, seu talento emocional e afetivo e sua necessidade de proteção e aconchego.
Com Capricórnio, adquirimos as características necessárias para a realização de nossa grande obra - a evolução pessoal. Como medo, mas com amadurecimento, somos capazes de assumir nosso compromisso com responsabilidade e sabedoria. Capricórnio nos ensina a sentir e  a nos entregar  sem medo do fracasso (que nada mais é do que o medo do sucesso de cabeça para baixo). A aprendizagem está em aceitar que cada coisa tem seu tempo de amadurecimento, não adianta querer apressar o crescimento. É preciso aprender com Capricórnio a ser como um paciente  jardineiro, que planta, rega e aduba os indivíduos em seus canteiros, até o momento da madureza e da colheita.

Atividades:
·      pratique esporte como natação e musculação; evite futebol e outros esportes de equipe;
·      faça uma caminhada, de preferência suba um morro ou montanha, com um cajado, refletindo em seu processo de crescimento e amadurecimento;
·      liste  seus medos; um a um descubra de onde vêm e procure se fortalecer em relação a eles. O medo é uma mensagem que diz onde está faltando fé e amadurecimento;
·      visite uma prisão, um asilo ou um cemitério;
na meditação da lua cheia, trabalhe as características: responsabilidade, compromisso, eficiência, resistência, disciplina, persistência e força

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