A flecha foi atirada em Sagitário, não há como voltar
atrás. Já está em direção ao alvo, ao cume, para alcançar a segurança, a
riqueza interior do EU. Sagitário construiu as bases filosóficas e os
princípios, apontando a direção do Caminho. É hora de consolidar, de construir
nas colinas, no horizonte. O grande desafio está em transformar a bagagem
acumulada nos estágios anteriores em algo factível e aplicável no mundo da
matéria. “A fé sem obras é inoperante” (Thiago 2,20). É Capricórnio que deverá realizar esta tarefa.
Capricórnio
nos lembra de nosso compromisso e responsabilidade para com o nosso destino,
entendido aqui como o projeto de nossa existência terrena, associado à jornada
evolucionária da alma, ao longo do tempo, na direção da unidade com Deus e na
liberdade do Divino: o darma. Não temos escolha em relação ao cumprimento desse
compromisso, mas a qualidade dele, esta sim podemos escolher: será com ou sem sofrimento. Capricórnio nos fala de nossa verdadeira
vocação, do melhor que temos para dar à sociedade. Se comparamos com a árvore,
podemos dizer que Capricórnio são os frutos; toda a raiz, o tronco, os galhos,
as folhagens e as flores tem como objetivo final dar frutos. Frutos de
qualidade para servir à evolução.
O grande dilema é saber a quem servir e com quem se compromissar. A árvore
deve estar bem conectada com suas raízes para dar os melhores frutos. Uma
árvore de laranja só pode dar laranjas, não adianta querer que dê limões.
Capricórnio nos diz que devemos estar ligados aos nossos verdadeiros
potenciais, à manifestação de nossa beleza, à concretização de nossos talentos.
No entanto, voltado que está para a
realização de obras, corre o risco de priorizar o atendimento das expectativas
externas, buscando reconhecimento, admiração ou aquisição de renome e
prestígio. Se se deixar levar pelas ilusões do mundo, perderá sua Alma ou
essência. Sua grande obra é se colocar a serviço de seu EU, possibilitando a realização do Plano Divino.
Capricórnio
é portador de um senso de responsabilidade cósmica, sabe que seu compromisso
não é com um grupo de pessoas ou com determinada facção política ou religiosa.
Sabe que o bem-estar da humanidade é determinado pela capacidade de cada
indivíduo responder por si mesmo e de tomar decisões independentes que levem em
conta os interesses de todos os seus semelhantes e não apenas os interesses próprios ou os de
um pequeno setor da sociedade.
É
capaz de romper as barreiras que nos isolam dos outros, de ultrapassar seus
próprios limites, estruturando-se e concentrando-se em sua tarefa, contando
consigo mesmo. Sabe que seu compromisso só pode ser cumprido por ele mesmo e
que o cumprimento dos deveres para o sistema principal é a força que leva à
organização da sociedade. É capaz de definir com exatidão as responsabilidades
perante o cosmo e de cumpri-las perfeitamente. Pode cair na tentação de
não assumir seu encargo, “delegando” a
vida, abrindo mão de sua genuína qualidade:
a auto-suficiência.
Vivemos
numa sociedade em que o sucesso e o fracasso são medidos na capacidade de se
ajustar ou rejeitar as convenções. A pressão é para que se mantenha o “status
quo”, gerando uma ambição avassaladora, em que as realizações materiais são endeusadas e a vida gira em
torno do progresso que passa pela obsessão pelo trabalho. Trabalho sem
descanso, disciplinador, rígido, sem prazer, gerando um indivíduo autoritário,
com mentalidade estreita. Como conseqüência, deixamos que a estrutura de nossa
personalidade seja moldada e se adapte
às exigências exteriores que nos são feitas; limitamos nossa
auto-expresão em função do grande parâmetro castrador: o que os outros vão
pensar, inibições que reprimem e limitam; deixamos que a realidade social defina os caminhos da realização de nossa
tarefa neste mundo.
Não
é por acaso que hoje é muito freqüente entre nós a depressão, a ansiedade, a
insônia, as alergias, os problemas de
pele e os distúrbios digestivos. Todos eles são conseqüência de uma
auto-repressão, de um acúmulo prolongado de energia frustrada que as inibições
impedem de fluir livremente. A depressão é conseqüencia da desconecção com suas
próprias raízes, o que impossibilita a geração de frutos saudáveis e saborosos.
O melhor antidepressivo é a autêntica
determinação de procurar a raiz dessas inibições e a vontade de mudar o modo de
encarar a vida.
Temos
medo de assumir nosso compromisso e interferir no destino. Como já foi dito,
temos um crença perversa de que nosso destino está traçado, de que as coisas
não dependem de nós para acontecer.
Temos uma insegurança e um medo muito grande de assumir nosso poder de
recriar, de ser co-criador deste universo. É preciso Renascer para o compromisso com seu próprio crescimento e com isto interferir
no Todo, interferir no destino da humanidade e do planeta. É preciso que
exoneremos todo medo de nos identificar
e cumprir a própria missão, pois assim estaremos ajudando no centramento de outras
pessoas, para a sua própria evolução, e
na evolução do universo.
Hércules
está diante do décimo portal, deve descer ao mundo dos mortos e trazer Cérbero,
Guardião do Hades. Está sozinho, mas ciente de que está sendo guiado por seu
ser mais interno, que se manifesta por meio dos fatos que ocorrem à sua volta,
ou pela presença de uma energia cuja providência e destino lhe são
completamente misteriosos. Deve atravessar um rio escuro e envenenado, que
representa parte do subconsciente da Terra. As almas desencarnadas devem pagar
uma quantia para chegar à outra margem, sem saber o que as aguarda. Quando
Hércules entra na barca, que irá levá-lo até o outro lado, nada lhe é cobrado
pois o barqueiro sente-se temeroso diante dele. O mundo dos mortos é sombrio,
cheio de sofrimento e desprovido de esperança. Mercúrio, mensageiro dos deuses
e condutor das almas lhe serve como guia.
Os mortos fogem amedrontados ao verem Hércules. Quando chega na presença
de Hades ou Plutão, o senhor dos mortos, pede-lhe que o deixe levar Cérbero
para Micenas. Plutão consente desde que não use nenhuma de suas armas
habituais, protegendo-se apenas com a pele do Leão de Neméia. Cérbero é um cão com três cabeças, cauda de
dragão, pescoço e dorso eriçados de serpentes.
De
mãos vazias, Hércules enfrenta Cérbero. Agarra-o pelo pescoço, dominando-o. O
cão tenta, inutilmente, defender-se picando-o muitas vezes com o aguçado ferrão
de sua cauda. Hércules, agarra-o pela garganta em sua cabeça central e com
todas as suas forças, começa a apertá-la firmemente, enquanto o cão se debate
sem conseguir soltar-se. Aos poucos enfraquecido, deixa-se dominar.
Nos
trabalhos anteriores, Hércules teve de enfrentar monstros que simbolizavam seu
inferno individual, agora o inferno é coletivo. Hércules enfrenta o Inferno
para libertar a humanidade de si mesma. No decorrer dos trabalhos, Hércules foi
ampliando o seu âmbito de atuação, demonstrando que a ampliação da capacidade
de prestar serviço é uma verdadeira realização do ponto de vista da alma. Não
se pode aprender por ouvir dizer, mas apenas por meio da vivência. O medo do
desconhecido, do diferente e do novo é um medo coletivo. Cada um deve fazer sua
descida ao “inferno coletivo” para limpá-lo.
O
medo só será varrido da Terra quando o homem fizer a ligação entre sua
consciência pessoal (com seus recursos falíveis) e sua supraconsciência (com suas possibilidades ilimitadas), quando
fizer a ponte entre a mente racional e a mente superior. Essa ponte deverá ser
feita, no nível físico, através da autodisciplina voluntária e oportuna; no
nível emocional, com o desejo de servir, de ser um elo na corrente evolutiva, dissolvendo a
possessividade sobre os demais seres e sobre os objetos puramente materiais. No
nível mental, o trabalho de construção da ponte é feito automaticamente, quando
se mantém a aspiração firme e inalterada, o que só é possível por meio da
energia da fé, existente na alma do homem como parte de sua íntima essência.
À
medida que construímos a ponte e nos libertamos das cadeias que nos prendem, é
que nos tornamos aptos a ajudar o próximo, é que passamos a ser cada vez mais
úteis no Plano Evolutivo.
Para
cumprir seu compromisso, Capricórnio conta com sua inteligência prática,
seletiva e racional, vê o que dá resultados concretos, palpáveis e prolongados.
Sua mente é treinada para observar o que pode gerar uma estrutura segura em
qualquer área. Por isso, vê primeiro os obstáculos, as dificuldades, os
problemas. Sua atenção se volta para a eficácia, a eficiência e a competência, farejando de
longe a insegurança e o amadorismo nas pessoas.
Desde criança, traz a marca da responsabilidade e o sentido de que
possui uma espécie de missão ou compromisso; conhece muito bem os conceitos de
controle, medo, resistência, perseverança e disciplina, o que faz com que seja
uma criança triste e amadurecida.
Essas características dão a Capricórnio uma aparência
séria, fria e forte, que nada mais é do que uma couraça a esconder sua extrema
sensibilidade e flexibilidade, seu talento emocional e afetivo e sua
necessidade de proteção e aconchego.
Com
Capricórnio, adquirimos as características necessárias para a realização de
nossa grande obra - a evolução pessoal. Como medo, mas com amadurecimento,
somos capazes de assumir nosso compromisso com responsabilidade e sabedoria.
Capricórnio nos ensina a sentir e a nos entregar sem medo do fracasso (que nada mais é do que
o medo do sucesso de cabeça para baixo). A aprendizagem está em aceitar que
cada coisa tem seu tempo de amadurecimento, não adianta querer apressar o
crescimento. É preciso aprender com Capricórnio a ser como um paciente jardineiro, que planta, rega e aduba os
indivíduos em seus canteiros, até o momento da madureza e da colheita.
Atividades:
· pratique esporte como
natação e musculação; evite futebol e outros esportes de equipe;
· faça uma caminhada, de preferência
suba um morro ou montanha, com um cajado, refletindo em seu processo de
crescimento e amadurecimento;
· liste seus medos; um a um descubra de onde vêm e
procure se fortalecer em relação a eles. O medo é uma mensagem que diz onde
está faltando fé e amadurecimento;
· visite uma prisão, um asilo
ou um cemitério;
na meditação da lua cheia, trabalhe as
características: responsabilidade, compromisso, eficiência, resistência,
disciplina, persistência e força

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